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Do grego: Misan (ódio), tropia (sociedade), a palavra misantropia é auto
explicativa. Existem alguns textos na internet que mostram de forma
abrangente esse comportamento (vide wikipedia e afins), porém, como
misantropo, vou me aprofundar em dar minha experiência pessoal para
servir de exemplo em relação a esse comportamento pouco discutido na
mídia eletrônica. Lembrando que cada um se define como achar
conveniente. Esse meu relato é pessoal, e não condiz com todos os tipos
de misantropos existentes na sociedade.
Na minha infância fui um
rapaz tímido, franzino, usava óculos e vivia recluso com poucos amigos.
Minha diversão sempre foi jogos eletrônicos e matérias de raciocínio
lógico como matemática e física. Aos olhos de uma família honrada, eu
era o tipo de filho ideal. Caseiro, humilde, pacato, calmo, amigo,
inteligente e sonhador. Mas aos olhos da sociedade eu era a escória em
forma humana. O famoso NERD. O eunuco, o fraco, o feioso, o estranho, o
maluco, o fedorento, o anti-social, o fracassado. Sofria bullying no
colégio, sendo rejeitado por algumas meninas e agredido pelos
baderneiros da minha sala. Não fiquei muito traumatizado, porque também
tive vários amigos, porém, era comum me ver sozinho e quieto no canto.
Essa fase se estendeu pela adolescência e teve reflexos negativos na
fase adulta, criando em mim, uma forte mágoa em relação aos seres
humanos. Porém o tempo passou, e com o surgimento de um bom emprego, me
tornei mais sociável, pois fui mais aceito pela sociedade devido a ter
uma renda para investir em minha aparência física e ostentar caprichos
que antes não podia. Fiquei forte, bonito, andava de carro e conquistei
um bom círculo de amizades. Tive namoradas, alegrias, decepções, enfim,
era uma pessoa dita "normal".
O tempo passa e as reflexões aumentam.
Em momentos que vivia com bom progresso financeiro, muitos me tratavam
com respeito, educação e cordialidade, e em momentos ruins, todos me
tratavam como um fracassado aidético. Era sempre assim, SEMPRE. Em um
certo período da vida, acabei por falir financeiramente. Automaticamente
meu círculo social acabou. Minha ex-namorada me humilhou e foi embora,
meus amigos debochavam de mim e se distanciaram. Me revoltei. Fui ao
psicólogo e ao psiquiatra, que me diagnosticaram depressão. Fui
medicado, me acalmei, e refleti sobre tudo que aconteceu em minha vida,
concluindo em minhas reflexões o inevitável: Aprendi que sou um
misantropo.
Afinal, sou um doente? Preciso de tratamento
psiquiátrico? Admito que não descarto de possuir alguns problemas
psicológicos, mas a culpa é minha? Somente minha? NÃO. A culpa é também
da sociedade. O mundo adoeceu, e parece que não quer se curar.
Que
mundo é esse onde somos avaliados pelos bens financeiros que possuímos,
sem ninguem se preocupar com a origem desse dinheiro? Onde as pessoas
desprezam o trabalhador humilde, e glorifica o bandido milionário?
Que
mundo é esse que meninas menores de idade fazem de tudo para transarem
com destacados e poderosos, e são defendidas pela sociedade como
ingênuas e puras?
Que mundo é esse, que policiais e bandidos se
matam, com o intuito dessa bandidagem lutar por riqueza, status e
mulheres, sendo que as mesmas saem ilesas dessa guerra, se fazendo de
vítimas? Onde políticos, traficantes e marginais ostentam dinheiro,
vivendo em luxúria com um haréns de ninfetas?
Que mundo é esse que as
leis vigentes protegem descaradamente mulheres promíscuas e punem os
homens de bem injustamente? Onde milhares de igrejas se espalham, e cada
vez mais os líderes religiosos enriquecem, enquanto o mundo piora em
razão diretamente proporcional?
Mulheres lindas e gostosas
conquistam a riqueza e o poder através da barganha do sexo, onde
exploram ao máximo seu corpo em troca de status e dinheiro. Com esse
dinheiro, investem em libertinagens e em seus estudos, sendo sempre
protegidas pela sociedade como figuras frágeis e dóceis. Hoje, elas
estão no topo da hierarquia humana, movimentando toda logística social,
onde homens matam uns aos outros para adquirir fortuna, a fim de saciar
seu incontrolável desejo sexual.
O caos se instaurou. A
instituição familiar foi destruída. Mulheres tendo filhos apenas de
homens ricos e cafajestes, se tornando mães solteiras logo após uma
traumática separação para o filho. A herança genética é perturbadora. A
homossexualidade, a individualidade, a promiscuidade está na moda. Tudo
que é lixo e podre é exaltado pela mídia, mas todo bom costume é
rejeitado pela maioria.
A amizade e o amor ao próximo está extinta.
Toda cultura e tecnologia feita por nossos antepassados está disponível
para ser usufruído pelos canalhas, pelos traficantes, pelos corruptos,
pelas mulheres promíscuas e por todo lixo da sociedade que não
contribuíram em nada para esse mundo se tornar melhor.
Viver é uma guerra. Mas nos dias atuais, vivemos uma guerra implícita, a serviço do mal.
Mulheres
amam emoções fortes proporcionada por policiais e traficantes,
instigando essa guerra pelo poder. Porém, na hora de resolver esse
problema social, se fingem de desentendidas, e esquecem os direitos
iguais. Ficam caladas assistindo a matança entre homens, e se apoderam
aos poucos de todos os trabalhos burocráticos da sociedade.
No
mundo existem milhares de misantropos, mas os próprios não querem ou
não sabem se definir assim, pois já sofrem o suficiente por ser
"diferente" de todos. Alguns preferem ficar calados, ao invés de
explicitarem a aversão para com as pessoas.
Essa revolta em relação à
sociedade é apenas um mecanismo de defesa criado no organismo do
misantropo para se defender de toda essa podridão que acerca esse mundo.
O parcial isolamento social, é uma alternativa que o misantropo utiliza
para se ter uma vida digna sem precisar usar meios ilícitos para se
fazer justiça. O misantropo foi criado para ser uma pessoa boa e
honrada, mas o sendo assim, acabou por se tornar vulnerável ao homem
agressivo e mau-caráter.
Misantropos não vivem em total isolamento,
constantemente usam uma máscara para conviver com pessoas falsas,
dissimuladas, mentirosas e egocêntricas. Ser misantropo é ter senso
crítico. É analisar a sociedade de forma realista, sem fantasias e
utopias, e jamais se definir superior a esse grupo, pois se o mesmo faz
parte da sociedade, infelizmente ele também é de certa forma, uma
parcela de todo esse mal.
O misantropo se comporta como uma esponja
emocional, que absorve para si, toda podridão das pessoas que vivem ao
seu redor, lhe causando um mal estar, e consequentemente, cria-se uma
aversão e repúdio dessas pessoas desse referido local.
Misantropos se
incomodam com a dinâmica social, com o puxa-saquismo diário de pessoas
destacadas, das brincadeiras feitas em rodas de "amigos" falastrões, das
festas de orgias regadas de axé, funk e pagode, isso sem falar na
intolerável regalia que homens imbecis oferecem às mulheres jovens
dotadas de beleza física, trazendo um absurdo poder a esse grupo de
meninas egocêntricas.
Muitos associam a palavra "ódio" com algo muito
negativo, violento, imaturo ou perigoso, mas ódio em muitos casos pode
ser apenas um mecanismo de defesa. Posso citar como exemplo, um cão com
ódio, que protege seu fiel amigo homem de algum perigo. Esse ódio do
cão, não deixa de ser um ato de lealdade.
O cão é o verdadeiro e incondicional amigo do homem. Mandem parar de odiar os animais, que eu paro de odiar a raça humana.
Tentar
ser apenas indiferente em relação às mazelas do mundo é fechar os olhos
para um problema latente e visível que essa pessoa faz questão de
ignorar. Ignorar os problemas desse mundo, só é possível para o
misantropo quando o mesmo está completamente isolado dessa mecânica
social. Mas sempre que é possível, misantropos vão à público
explicitarem sua opinião em relação à sociedade (destaco nomes como
Olavo de Carvalho, Friedrich Nietzsche, Esther villar e Arthur
Schopenhauer, como exemplo de pessoas que considero misantropos, e
tiveram capacidade de expor o que pensam de forma intensa e constante).
Filósofo do século XIX, Arthur Schopenhauer é um célebre misantropo. Suas idéias são válidas até hoje, e tendem a se perpetuar.
Para
finalizar, respondendo por mim, não levo a vida apenas na base do
isolamento, mas decidi a não compactuar mais com esse jogo mentiroso do
relacionamento humano. Para não cair na rotina e na monotonia, costumo
comprar necessidades fisiológicas para me manter razoavelmente feliz.
Aprecio gastronomia, dedico minha lealdade aos meus cães e faço sexo com
mulheres bonitas e gostosas. Faço sexo de qualidade porque atualmente
tenho dinheiro. Devido a mulheres atuais serem completamente vendidas, o
sexo de qualidade pode ser comprado. E onde entra o amor? Misantropos
também amam, mas depois de tanto analisarmos a dinâmica dessa sociedade
medíocre e ingrata, acabamos aprendendo a cultivar a forma mais justa e
coerente de amar: O amor-próprio.
Por weibfeinder
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