sábado, 1 de setembro de 2012

Relatos de um misantropo

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Do grego: Misan (ódio), tropia (sociedade), a palavra misantropia é auto explicativa. Existem alguns textos na internet que mostram de forma abrangente esse comportamento (vide wikipedia e afins), porém, como misantropo, vou me aprofundar em dar minha experiência pessoal para servir de exemplo em relação a esse comportamento pouco discutido na mídia eletrônica. Lembrando que cada um se define como achar conveniente. Esse meu relato é pessoal, e não condiz com todos os tipos de misantropos existentes na sociedade.

Na minha infância fui um rapaz tímido, franzino, usava óculos e vivia recluso com poucos amigos. Minha diversão sempre foi jogos eletrônicos e matérias de raciocínio lógico como matemática e física. Aos olhos de uma família honrada, eu era o tipo de filho ideal. Caseiro, humilde, pacato, calmo, amigo, inteligente e sonhador. Mas aos olhos da sociedade eu era a escória em forma humana. O famoso NERD. O eunuco, o fraco, o feioso, o estranho, o maluco, o fedorento, o anti-social, o fracassado. Sofria bullying no colégio, sendo rejeitado por algumas meninas e agredido pelos baderneiros da minha sala. Não fiquei muito traumatizado, porque também tive vários amigos, porém, era comum me ver sozinho e quieto no canto. Essa fase se estendeu pela adolescência e teve reflexos negativos na fase adulta, criando em mim, uma forte mágoa em relação aos seres humanos. Porém o tempo passou, e com o surgimento de um bom emprego, me tornei mais sociável, pois fui mais aceito pela sociedade devido a ter uma renda para investir em minha aparência física e ostentar caprichos que antes não podia. Fiquei forte, bonito, andava de carro e conquistei um bom círculo de amizades. Tive namoradas, alegrias, decepções, enfim, era uma pessoa dita "normal".

O tempo passa e as reflexões aumentam. Em momentos que vivia com bom progresso financeiro, muitos me tratavam com respeito, educação e cordialidade, e em momentos ruins, todos me tratavam como um fracassado aidético. Era sempre assim, SEMPRE. Em um certo período da vida, acabei por falir financeiramente. Automaticamente meu círculo social acabou. Minha ex-namorada me humilhou e foi embora, meus amigos debochavam de mim e se distanciaram. Me revoltei. Fui ao psicólogo e ao psiquiatra, que me diagnosticaram depressão. Fui medicado, me acalmei, e refleti sobre tudo que aconteceu em minha vida, concluindo em minhas reflexões o inevitável: Aprendi que sou um misantropo.

Afinal, sou um doente? Preciso de tratamento psiquiátrico? Admito que não descarto de possuir alguns problemas psicológicos, mas a culpa é minha? Somente minha? NÃO. A culpa é também da sociedade. O mundo adoeceu, e parece que não quer se curar.
Que mundo é esse onde somos avaliados pelos bens financeiros que possuímos, sem ninguem se preocupar com a origem desse dinheiro? Onde as pessoas desprezam o trabalhador humilde, e glorifica o bandido milionário?

Que mundo é esse que meninas menores de idade fazem de tudo para transarem com destacados e poderosos, e são defendidas pela sociedade como ingênuas e puras?
Que mundo é esse, que policiais e bandidos se matam, com o intuito dessa bandidagem lutar por riqueza, status e mulheres, sendo que as mesmas saem ilesas dessa guerra, se fazendo de vítimas? Onde políticos, traficantes e marginais ostentam dinheiro, vivendo em luxúria com um haréns de ninfetas?
Que mundo é esse que as leis vigentes protegem descaradamente mulheres promíscuas e punem os homens de bem injustamente? Onde milhares de igrejas se espalham, e cada vez mais os líderes religiosos enriquecem, enquanto o mundo piora em razão diretamente proporcional?

Mulheres lindas e gostosas conquistam a riqueza e o poder através da barganha do sexo, onde exploram ao máximo seu corpo em troca de status e dinheiro. Com esse dinheiro, investem em libertinagens e em seus estudos, sendo sempre protegidas pela sociedade como figuras frágeis e dóceis. Hoje, elas estão no topo da hierarquia humana, movimentando toda logística social, onde homens matam uns aos outros para adquirir fortuna, a fim de saciar seu incontrolável desejo sexual.

O caos se instaurou. A instituição familiar foi destruída. Mulheres tendo filhos apenas de homens ricos e cafajestes, se tornando mães solteiras logo após uma traumática separação para o filho. A herança genética é perturbadora. A homossexualidade, a individualidade, a promiscuidade está na moda. Tudo que é lixo e podre é exaltado pela mídia, mas todo bom costume é rejeitado pela maioria.
A amizade e o amor ao próximo está extinta. Toda cultura e tecnologia feita por nossos antepassados está disponível para ser usufruído pelos canalhas, pelos traficantes, pelos corruptos, pelas mulheres promíscuas e por todo lixo da sociedade que não contribuíram em nada para esse mundo se tornar melhor.
Viver é uma guerra. Mas nos dias atuais, vivemos uma guerra implícita, a serviço do mal.

Mulheres amam emoções fortes proporcionada por policiais e traficantes, instigando essa guerra pelo poder. Porém, na hora de resolver esse problema social, se fingem de desentendidas, e esquecem os direitos iguais. Ficam caladas assistindo a matança entre homens, e se apoderam aos poucos de todos os trabalhos burocráticos da sociedade.

No mundo existem milhares de misantropos, mas os próprios não querem ou não sabem se definir assim, pois já sofrem o suficiente por ser "diferente" de todos. Alguns preferem ficar calados, ao invés de explicitarem a aversão para com as pessoas.

Essa revolta em relação à sociedade é apenas um mecanismo de defesa criado no organismo do misantropo para se defender de toda essa podridão que acerca esse mundo. O parcial isolamento social, é uma alternativa que o misantropo utiliza para se ter uma vida digna sem precisar usar meios ilícitos para se fazer justiça. O misantropo foi criado para ser uma pessoa boa e honrada, mas o sendo assim, acabou por se tornar vulnerável ao homem agressivo e mau-caráter.

Misantropos não vivem em total isolamento, constantemente usam uma máscara para conviver com pessoas falsas, dissimuladas, mentirosas e egocêntricas. Ser misantropo é ter senso crítico. É analisar a sociedade de forma realista, sem fantasias e utopias, e jamais se definir superior a esse grupo, pois se o mesmo faz parte da sociedade, infelizmente ele também é de certa forma, uma parcela de todo esse mal.
O misantropo se comporta como uma esponja emocional, que absorve para si, toda podridão das pessoas que vivem ao seu redor, lhe causando um mal estar, e consequentemente, cria-se uma aversão e repúdio dessas pessoas desse referido local.

Misantropos se incomodam com a dinâmica social, com o puxa-saquismo diário de pessoas destacadas, das brincadeiras feitas em rodas de "amigos" falastrões, das festas de orgias regadas de axé, funk e pagode, isso sem falar na intolerável regalia que homens imbecis oferecem às mulheres jovens dotadas de beleza física, trazendo um absurdo poder a esse grupo de meninas egocêntricas.
Muitos associam a palavra "ódio" com algo muito negativo, violento, imaturo ou perigoso, mas ódio em muitos casos pode ser apenas um mecanismo de defesa. Posso citar como exemplo, um cão com ódio, que protege seu fiel amigo homem de algum perigo. Esse ódio do cão, não deixa de ser um ato de lealdade.

O cão é o verdadeiro e incondicional amigo do homem. Mandem parar de odiar os animais, que eu paro de odiar a raça humana.

Tentar ser apenas indiferente em relação às mazelas do mundo é fechar os olhos para um problema latente e visível que essa pessoa faz questão de ignorar. Ignorar os problemas desse mundo, só é possível para o misantropo quando o mesmo está completamente isolado dessa mecânica social. Mas sempre que é possível, misantropos vão à público explicitarem sua opinião em relação à sociedade (destaco nomes como Olavo de Carvalho, Friedrich Nietzsche, Esther villar e Arthur Schopenhauer, como exemplo de pessoas que considero misantropos, e tiveram capacidade de expor o que pensam de forma intensa e constante).

Filósofo do século XIX, Arthur Schopenhauer é um célebre misantropo. Suas idéias são válidas até hoje, e tendem a se perpetuar.

Para finalizar, respondendo por mim, não levo a vida apenas na base do isolamento, mas decidi a não compactuar mais com esse jogo mentiroso do relacionamento humano. Para não cair na rotina e na monotonia, costumo comprar necessidades fisiológicas para me manter razoavelmente feliz. Aprecio gastronomia, dedico minha lealdade aos meus cães e faço sexo com mulheres bonitas e gostosas. Faço sexo de qualidade porque atualmente tenho dinheiro. Devido a mulheres atuais serem completamente vendidas, o sexo de qualidade pode ser comprado. E onde entra o amor? Misantropos também amam, mas depois de tanto analisarmos a dinâmica dessa sociedade medíocre e ingrata, acabamos aprendendo a cultivar a forma mais justa e coerente de amar: O amor-próprio.

É inútil procurar a felicidade em outra pessoa. A felicidade está em si mesmo. Se ame e seja feliz."

Por weibfeinder
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